29 outubro 2013

Naturally Clicquot

Caros amigos do Blog MAC, seguindo ainda a linha sobre sustentabilidade das marcas no mercado de luxo, resolvi fazer um post que está totalmente alinhado com o último artigo do meu amigo Antonio Paraíso, onde ele fala sobre a tendência verde das marcas de luxo.

A convite da Maison francesa o designer francês Cédric Ragot desenvolveu a primeira embalagem 100% biodegradável para a garrafa do Champanhe Veuve Clicquot. Essa novidade foi batizada de Naturally Clicquot, utilizando a inovação aliada ao design, essa obra de arte é feita a partir de batata e papel reciclado, tornando-se completamente biodegradável e amiga do meio ambiente.

Foto: Divulgação
Com essa simples solução, eles conseguiram a redução na geração de resíduos e diminuir o impacto ao meio ambiente, não deixando de lado a facilidade de manuseio e sua elegância. Além disso, a embalagem consegue preservar a temperatura da garrafa por até duas horas depois dela ter sido tirada da geladeira. Claro que essa novidade tem um preço, custa US$ 58 dólares. Ainda não se tem informações sobre a venda no Brasil.

Confira o vídeo promocional da nova embalagem:



Fonte: Exame e Veuve Clicqout

27 outubro 2013

O Luxo está se tornando mais verde (Parte 2)

A recessão mundial que dura há já 5 anos (começou em 2008 com a crise sub-prime e a falência do Banco Lehman Brothers, lembra?) afectou também a situação inanceira de muitas pessoas  que consomem luxo regularmente. De alguma forma, os obrigou a reavaliar os seus estilos de vida e a repensar os valores pelos quais se regem.

Entre outras, sentem preocupação crescente com o ambiente e privilegiam marcas que também a sintam. Quo vadis, Luxus?
(Parte 2)

E não podemos nos iludir: uma outra pesquisa recente, elaborada pela especialista Pamela Danzinger, que entrevistou mais de 1000 consumidores com rendimento anual acima dos 150.000 dólares, nos Estados Unidos, revela que cerca de 75% deles, admite que a sua decisão de compra de certos produtos é influenciada pela política ambiental que a marca comunica. E cerca de 65% desses consumidores garantiu que escolhe onde comprar, em função das práticas verdes regulares das marcas e lojas.

Por esse motivo, acredito que faz sentido refletir sobre as idéias de Daniel Esty, professor de política ambiental na Universidade de Yale e especialista internacional em desenvolvimento sustentável, cuja palestra eu assisti, numa conferência em Madrid.
Ele defendeu que as empresas devem apostar num plano de responsabilidade ambiental, estruturado em 4 tipos de ações a serem desenvolvidas e aplicadas, com o objetivo de:
:: Baixar custos de consumo de energia;
:: Reduzir riscos ambientais aos quais os clientes e a própria empresa possam estar expostos;
:: Saber potenciar a aposta numa estratégia verde;
:: Promover adequadamente o valor intangível da proposta verde da empresa; 

Este especialista aponta assim pistas inspiradoras para as marcas e empresas que queiram vencer num mercado cada vez mais e melhor informado, mais sensível ao impacto que o consumo tem no ambiente, estando esse mercado disponível para premiar as marcas com preocupações e valores semelhantes aos seus.

Há 3 meses, eu estive em Nova York, assistindo ao Fórum Mundial de Inovação e uma das palestrantes, a prestigiada professora Rebecca Henderson, da Universidade de Harvard, falou muito da importância que a proteção ambiental vai ter no futuro e das práticas que as empresas e marcas devem adotar para conquistar a fidelidade dos consumidores. Essa é uma forte tendência, que está vindo aí.

É também curioso o resultado da pesquisa Going Green to Be Seen, desenvolvido pelos professores universitários Griskevicius, Tybur e Van den Bergh. Essa pesquisa conclui que uma percentagem considerável de consumidores, que varia consoante a categoria do produto, compra “produtos verdes” e consome marcas ambientalmente responsáveis, não porque acredite nos méritos desses produtos, mas apenas porque quer ser visto como altruísta e porque consumir produtos e marcas amigas do ambiente é bem aceito pela sociedade. A pesquisa refere ainda que essa fatia de consumidores está mais preocupada com a sua imagem e posição social, do que propriamente com o ambiente.

Em qualquer dos casos, seja para conquistar o cliente que se preocupa sinceramente com a proteção ambiental, ou o grupo de consumidores que apenas quer ser visto como tal, a aposta das marcas de gama alta ou de luxo numa estratégia ambiental séria e consistente, é fundamental para poder vencer nos tempos futuros.

Mas uma vez colocado em prática esse plano ambiental, a marca não pode se descuidar. Nos dias de hoje, o mundo está em constante mudança, o mercado está num estado contínuo de fluidez e incerteza, obrigando a que as empresas e marcas estejam permanentemente atentas para reagir a essas mudanças e ajustar a sua presença junto dos clientes.

O sociólogo polaco Zygmunt Bauman chama The Liquid Society a esta sociedade em que vivemos, precisamente por essa característica de constante fluidez, mudança e incerteza. 

E não se prevê que ela volte a um processo de “solidificação”. Pelo menos, não nos tempos mais próximos.

António Paraíso
Consultor e Palestrante
www.antonioparaiso.com

23 outubro 2013

O Luxo está se tornando mais verde

O Luxo está se tornando mais verde
Por: Antonio Paraíso - Portugal

A recessão mundial que dura há 5 anos (começou em 2008 com a crise sub-prime e a falência do Banco Lehman Brothers, lembra?) afetou também a situação financeira de muitas pessoas que consomem luxo regularmente.

De alguma forma, os obrigou a reavaliar os seus estilos de vida e a repensar os valores pelos quais se regem. Entre outras, sentem preocupação crescente com o ambiente e privilegiam marcas que também a sintam. Quo vadis, Luxus?

Pamela Danzinger é uma das mais respeitadas investigadoras dos hábitos de consumo no universo do luxo. No seu estudo de mercado The Luxury Market Is Going Green and Luxury Brands Can't Afford to Ignore It (O Mercado do Luxo está se tornando mais verde e as Marcas de Luxo não podem ignorar esse fato), ela conclui que os consumidores com poder de compra alto (sobretudo nos Estados Unidos e na Europa) estão cada vez mais preocupados com a protecção ambiental e estão gradualmente adotando um estilo de vida green living.

A investigação indica que, por agora, as mulheres estão na frente dos homens nessa nova forma de estar e de consumir, e defende que mesmo depois da recessão, o mercado não voltará a ser como antes.

Por isso mesmo, as marcas de luxo que queiram reconquistar e fidelizar os seus clientes, mais do que adotar medidas avulsas de proteção ambiental, deverão desenhar um plano de marketing verde, como parte integrante da suas estratégias.
     
A loja de luxo Saks Fifth Avenue, nos Estados Unidos, lançou no seu site a página Green House, onde vende vestuário, artigos para casa e joalharia totalmente eco-friendly, fabricados com materiais recicláveis, mas o mais interessante nesta página é a série de sugestões de pequenos hábitos ecológicos, retirados do livro It’s Easy Being Green (É fácil ser verde), que o site oferece aos clientes e visitantes para que passem a ter comportamentos diários, ambientalmente mais responsáveis.

O grupo Accor, que possui mais de 4000 hotéis em 90 países e é dono de várias marcas, algumas de luxo, como a Sofitel, redefiniu a sua Carta Ambiental, acrescentando 65 novas ações sustentáveis, que cada hotel pode adoptar e sugerir aos seus clientes, para que as pratiquem e sintam ser possível consumir serviços de alta qualidade combinando exigências de proteção ambiental.

Refiro apenas estes 2 exemplos porque revelam uma tendência interessante que importa realçar e que pode ser mais eficaz na sedução de clientes: além de uma política ambiental, as marcas deverão sobretudo desenvolver e lançar ações que envolvam ativamente os clientes na adoção de “práticas verdes”, na sua vida privada e profissional.

Existem muitos exemplos de responsabilidade ambiental em quase todas as marcas, mas nem todas são bem sucedidas na comunicação com o mercado e são ainda menos as que decidem envolver ativamente os seus clientes, incentivando-os na adoção dessas práticas, nos seus comportamentos diários. Essa postura é socialmente meritória, mas sobretudo muito sedutora para os consumidores que sentem preocupação crescente com as questões ambientais, mas nem sempre sabem que contributos podem dar no seu cotidiano.
(Final da parte 1 > Parte 2 em breve)

António Paraíso
Consultor e Palestrante
www.antonioparaiso.com

18 outubro 2013

Quo vadis, Luxus? (Parte 2)

O mercado do luxo, tal como qualquer outro mercado, está mudando e as marcas que servem este nicho precisam saber por onde ele vai para adaptarem a sua oferta. Quo vadis, Luxus? (Parte 2)
Por: Antônio Paraiso - Portugal

No mundo da gastronomia de luxo, a confecção, por encomenda, de menus inspirados em obras literárias e em árias de ópera, consoante o gosto do cliente, são exemplos da criatividade, erudição, experiência e intangibilidade que, anteriormente, referi.

A personalização que uma conhecida marca de luxo faz, na loja, no momento de compra, gravando no frasco de perfume as iniciais do nome do cliente, é outro desses exemplos.

É fundamental que as marcas estejam permanentemente atentas e empenhadas em perceber o que o mercado quer e depois saibam surpreender os seus consumidores. Só assim os fidelizam.

No relatório “State of the Luxury Industry”, publicado pelo Luxury Institute em Nova Iorque, e elaborado com base em inquéritos a consumidores ultra-ricos, se destacam 3 ideias:

:: Os atributos mais valorizados pelos consumidores ultra-ricos numa marca de luxo são a qualidade extrema, a perfeição no trabalho manual, que o ingleses chamam de ‘superior craftmanship’ e um serviço de atenção máxima ao cliente;
:: Mais de 60% dos consumidores milionários acreditam que os preços dos produtos de luxo estão demasiado altos comparativamente com o valor que oferecem (e agora acrescento eu, que é interessante notar que os inquiridos não disseram que os preços eram caros, mas sim que estavam desajustados em relação ao valor percebido. Fica essa nota para reflexão);
:: Mais da metade dos consumidores milionários declararam que o atual estado da economia mundial fez com que mudassem de opinião sobre a indústria do luxo.

Esta pesquisa conclui que as marcas de luxo devem rapidamente reforçar o investimento em inovação, qualidade de materiais e de execução manual, mas sobretudo em serviço e atenção ao cliente.

Em minha opinião, as conclusões acima referidas revelam nas entrelinhas, informação importante que convida à reflexão e mudança.

Antonio Paraíso
Consultor e Palestrante
www.antonioparaiso.com

16 outubro 2013

Quo vadis, Luxus? (Parte 1)

O mercado do luxo, tal como qualquer outro mercado, está mudando e as marcas que servem este nicho precisam saber por onde ele vai para adaptarem a sua oferta.
Quo vadis, Luxus? (Parte 1)
Por: Antônio Paraiso - Portugal

O mundo do luxo parece possuir um magnetismo fascinante. Atrai. 
Atrai atenções, curiosidade, desejos de pertença. 

Atrai pelo que tem de qualidade visível e absolutamente irrepreensível, mas sobretudo pelo que tem de intangibilidade, mistério, classe, inovação, história, tradição, exclusividade, sofisticação e prazer para os sentidos, que o torna acessível por poucos e desejado por muitos.

Em minha opinião, o luxo é um estado de espírito. É uma forma de estar na vida. É muito mais do que apenas poder de compra alto. Mademoiselle Coco Chanel um dia terá dito que «há quem pense que o luxo é o contrário de pobreza. Mas não é. Ele é o contrário de vulgaridade». Essa frase me inspira todos os dias. Concordo em absoluto com Mademoiselle Chanel.

De fato, o poder de compra alto e despreocupado não é o único fator característico dos mercados de luxo. Normalmente, estes também se pautam pela educação, elegância, saber estar, cultura, (bom) gosto, intelecto apurado, apreço pela exclusividade e permanente criatividade.

Susana Campuzano, consultora espanhola especialista nos mercados de luxo, de quem sou amigo, refere no seu livro El Universo del Lujo, que o gosto, enquanto capacidade de apreciar a beleza, delimita o acesso ao luxo.

É importante que as marcas e profissionais que trabalham o segmento de luxo façam reflexão sobre estas ideias para saberem introduzir nas suas ofertas alguma erudição, seja arte ou outra qualquer forma de cultura, que verdadeiramente faça a diferença, apresente inovação, proporcione experiência inesquecível e acrescente a intangibilidade que justifica o preço alto e conquista o seu público.
(Final da parte 1 > Parte 2 em breve).

Antonio Paraíso
Consultor e Palestrante
www.antonioparaiso.com

14 outubro 2013

Colaboração Internacional: Série Visão Global

Caros amigos, é com muita alegria venho comunicar a todos, que o Blog MAC agora tem uma parceria internacional em seus posts, meu amigo Antonio Paraíso aceitou uma colaboração com o Blog MAC e em breve publicaremos vários artigos onde ele partilha sua visão sobre o mercado do luxo e algumas tendências internacionais.

Segue um breve currículo para que todos possam conhecer o mais novo colaborador do Blog MAC.

Antonio Paraíso estudou em Londres, Porto e Madrid. Viveu também na Alemanha.

Este consultor e palestrante português é especialista em luxo, marketing, inovação e negócios internacionais.

Trabalhou mais de 18 anos como Diretor Comercial no Mercado internacional, visitou mais de 40 países, em 4 continentes e fez negócios com árabes, russos, europeus, brasileiros, japoneses, americanos, entre muitos outros povos, desenvolvendo uma forte experiência multicultural.

Ele tem mais de 25 anos de experiência, no relacionamento com clientes.

Colaborou com o Fórum Mundial de Marketing e Vendas e publica regularmente artigos em revistas de marketing em Portugal.

Na feira internacional de luxo – Carnival of Luxury – foi embaixador do evento, juntamente com a Senhora Condessa Corinne Tatiana von Nordmann, membro da Administração da Metropolitan Opera, em Nova York.

Apaixonado pelo universo da hotelaria de luxo, ele gosta do detalhe e do serviço que surpreende.

Para além da Licenciatura em Gestão pela Universidade do Porto, concluiu um MBA Executivo na Porto Business School, o Diploma in International Trade and Distribution na London School of Foreign Trade e o Programa Superior Ejecutivo en Dirección y Gestión Estrategica del Universo del Lujo na IE Business School em Madrid, uma das melhores escolas de negócios do mundo, segundo o prestigiado ranking do Financial Times.

Foi professor de Marketing Internacional, fala 5 idiomas e é um adepto fervoroso de inovação.

Em palco, Antonio Paraíso é um comunicador que prende a atenção, com energia positiva.

Os amigos deste palestrante internacional dizem que ele é um contador de histórias. 

Antonio Paraíso
Consultor e Palestrante
www.antonioparaiso.com