13 janeiro 2014

Luxtech: as novas tecnologias nas marcas de luxo (parte 2) por Antonio Paraíso

Segundo o portal LuxuryDaily.com, os consumidores de produtos e serviços premium e de luxo, em todo o mundo, utilizam cada vez mais os aparelhos com Web móvel - smartphones e tablets - para pesquisar informação sobre tudo o que desejam comprar. Quo vadis, Luxus?

Aplicações para Web móvel
A 2ª área de investimento, das 4 que proponho, é nas mobile apps, que estão experimentando um crescimento verdadeiramente invulgar. A loja I-Tunes da Apple vendeu já bem mais de 10 bilhões de aplicações móveis para telefone celular. A adoção deste novo meio de comunicação, por parte das marcas de luxo, tem sido tímida mas deverá crescer rapidamente, já que estas aplicações podem ser excelentes veículos para fazer o cliente viver experiências.

Podem assumir a forma de catálogos de produto, filmes, jogos, concursos e assim criar mistério, envolvência, entretenimento, excitação, potenciando a experiência de compra e a fidelização do consumidor à marca. E tudo isto num telefone portátil.

Louis Vuitton criou a aplicação para IPhone “As 100 Malas Lendárias” onde conta os 150 anos de história da marca e o desenvolvimento das famosas malas de viagem, ao longo das décadas.


A marca de joalharia Tiffany lançou uma aplicação móvel que ajuda a encontrar o anel de noivado ideal para cada pessoa. A marca de malas e bolsas Tod’s tem a aplicação “My Life is in this Bag”, já disponível para IPad, que apresenta 6 mulheres e as suas vidas, contando histórias, mostrando produtos e permitindo a identificação das consumidoras com a marca.
Várias marcas de moda, de carros, de hotelaria e spa, e de outras categorias de produto e serviço premium estão lançando aplicações para estas plataformas móveis, e para todas elas há uma chamada de atenção importante: estas aplicações não podem ser de utilização vulgar ou monótona, sob pena de desiludir o consumidor, frustrar expectativas e danificar a reputação da marca. O mercado do luxo gosta de ser surpreendido.

Andreas Weigend, grande especialista em Marketing Digital, que eu conheci no último Fórum Mundial de Marketing e Vendas e com quem eu conversei sobre este assunto, defende que as marcas de luxo devem criar “social playgrounds” em ambiente virtual e com estes “parques de diversão social” potenciar a experiência de luxo e entretenimento que fideliza o cliente.

Aparelhos móveis nas lojas
As marcas de luxo estão cada vez mais usando smartphones e tablets nas lojas, hotéis, restaurantes e spas para melhor interagirem com os clientes. Esses aparelhos podem ser usados para recolher informação sobre os seus contatos, as suas preferências, registrar o histórico de compras na loja ou marca, introduzir esses dados diretamente nos sistemas de CRM, estimular os sentidos do cliente, fazendo apresentações em vídeo e áudio dentro da loja, pesquisar, junto do cliente, a disponibilidade de produtos em outras lojas da marca, fazer o pedido e organizar a entrega, entre várias outras atividades.

As marcas de luxo estão também aderindo à nova rede social Foursquare, como forma de criarem base de dados dos clientes nessa rede e identificarem os clientes que entram na loja, e que estejam também nessa rede, para assim os tratarem de imediato pelo nome, saberem o que compraram no passado e lhes apresentarem ofertas personalizadas, lhes proporcionando um nível de atenção e detalhe que constitui a verdadeira experiência luxuosa. A loja Bergdorf Goodman em Nova Iorque já está fazendo isso.

Os cardápios em IPad são o novo must. Muitos restaurantes de design e bom gosto surpreendem os clientes com o cardápio ou a lista de vinhos em um tablet. A utilização que cada marca pode fazer dos novos meios tecnológicos, será aquela que a nossa imaginação permitir.

Publicidade móvel
A crescente adesão dos consumidores de poder de compra alto à Web móvel está tornando os smartphones e tablets nos espaços ideais para publicidade e é previsível que assim continue durante os próximos anos.

São vários os formatos de publicidade móvel que estão disponíveis por agora.
Os principais são os anúncios e banners, as mensagens de texto SMS, a presença em portais de pesquisa e motores de busca, o website, a publicidade em aplicações e o vídeo para plataformas móveis. É recomendável que a marca de luxo procure conhecer bem os seus clientes, compreender de que forma lidam e prestam atenção à publicidade e como costumam pesquisar e recolher informação sobre o que pretendem comprar, para depois selecionarem os formatos mais adequados a cada segmento de mercado.

Várias marcas estão já usando estímulos publicitários na Web não apenas para potenciar a compra na loja virtual, mas sobretudo como meio para direcionar movimento de clientes para as lojas físicas. 

Neste novo mundo da Internet móvel, e ainda segundo Andreas Weigend, a marca de luxo deve desenvolver uma presença que ajude o cliente a tomar melhores decisões, que lhe permita personalização para conseguir exclusividade e que essa presença proporcione interação com a marca.

As marcas de luxo sabem que conquistam os seus públicos com inovação e qualidade, história e arte, experiências e cultura, desejo e autenticidade, muita atenção e detalhe, estímulo dos sentidos, imaginação e mistério, e portanto faz sentido que, apesar desta importância crescente da internet móvel, a marca pratique uma estratégia mista de comunicação em que o marketing digital é uma peça num puzzle maior. Pense nisso!

Antonio Paraíso
Consultor e Palestrante
Novo Catálogo : http://www.slideshare.net/antonioparaiso/antonio-paraiso-palestrante-26714492

06 janeiro 2014

Luxtech: As novas tecnologias nas marcas de luxo (Parte 1) por Antonio Paraíso

Segundo o portal LuxuryDaily.com, os consumidores de produtos e serviços premium e de luxo, em todo o mundo, utilizam cada vez mais os aparelhos com Web móvel - smartphones e tablets - para pesquisar informação sobre tudo o que desejam comprar. Quo vadis, Luxus?

O uso da Web móvel está em crescimentos impressionantes. Estima-se que existam mais de 5 bilhões de telefones celulares no mundo e que cerca de 30% dos consumidores tenham acesso regular à internet por essa via.

E embora esta porcentagem não seja a mesma em todas as regiões do mundo, contudo, ela é um indicador da evolução previsível nos próximos tempos. E essa evolução será particularmente rápida no mercado premium, pois atualmente o consumidor de luxo pertence à geração com mais estudos e formação acadêmica de sempre, consegue riqueza em idade cada vez mais jovem e é grande conhecedor e utilizador das novas tecnologias e dos novos meios de comunicação, usando-os tanto para pesquisar informação sobre produtos e serviços como para fazer compras, de acordo com o estudo The Future of the Global Luxury Market, da especialista americana Pamela Danzinger.


Foto: Divulgação

Podemos realçar ainda que, numa pesquisa da INFORMA, publicada no portal mobithinking.com, o Brasil integra a lista dos 10 países no mundo com maior penetração de aparelhos 3G. É um dado revelador e interessante.

Perante este fenômeno e a previsão de que o seu crescimento será gigantesco nos tempos vindouros, o que podem e devem fazer as marcas premium e de luxo, que pretendam conquistar ou manter clientes que normalmente têm poder de compra despreocupado?

Será possível contar histórias luxuosas usando ferramentas online? Como se pode potencializar, no mundo virtual, a envolvência dos sentidos e a vivência de experiências, ingredientes fundamentais no mundo do luxo? Estas são, provavelmente, algumas das questões que as marcas de luxo se colocam quando equacionam a entrada na Web móvel.

Em minha opinião, acredito que faz sentido a aposta em 4 áreas que se complementam e devem, preferencialmente, ser desenvolvidas em simultâneo.

Website
O website de uma marca premium, nos dias de hoje, tem de estar naturalmente adaptado à Web móvel para poder ser acessado e visto de forma optimizada, em smartphones e tablets.

E a sua principal função deverá ser a de contar histórias, envolver a imaginação de quem o visita, despertar curiosidade, criar mistério e com tudo isto comunicar o sonho da marca. Os filmes publicitários Night train do perfume Chanel Nº5 e L’invitation au voyage da marca Louis Vuitton, são bons exemplos disso. Filmes, histórias, imaginação e mistério devem estar em permanência nos websites.

Outra função do website é a de vender. E mesmo numa situação de e-commerce, no mundo do luxo, é fundamental que haja apoio e comunicação direta da marca com o cliente sempre que este precise. Isso faz parte da sua experiência de compra. Um estudo do Luxury Institute refere que mais de 60% dos consumidores de luxo prefere comprar online nos sites que lhes permitem ligar diretamente à marca e pedir apoio quando têm dúvidas.

Sensivelmente a mesma porcentagem de inquiridos admitiu que abandona o processo e não concretiza a compra online quando o website não proporciona respostas rápidas a essas dúvidas.

(Fim da Parte 1. Publicaremos a Parte 2 em breve)

Antonio Paraíso
Consultor e Palestrante
Novo Catálogo : http://www.slideshare.net/antonioparaiso/antonio-paraiso-palestrante-26714492