23 outubro 2013

O Luxo está se tornando mais verde

O Luxo está se tornando mais verde
Por: Antonio Paraíso - Portugal

A recessão mundial que dura há 5 anos (começou em 2008 com a crise sub-prime e a falência do Banco Lehman Brothers, lembra?) afetou também a situação financeira de muitas pessoas que consomem luxo regularmente.

De alguma forma, os obrigou a reavaliar os seus estilos de vida e a repensar os valores pelos quais se regem. Entre outras, sentem preocupação crescente com o ambiente e privilegiam marcas que também a sintam. Quo vadis, Luxus?

Pamela Danzinger é uma das mais respeitadas investigadoras dos hábitos de consumo no universo do luxo. No seu estudo de mercado The Luxury Market Is Going Green and Luxury Brands Can't Afford to Ignore It (O Mercado do Luxo está se tornando mais verde e as Marcas de Luxo não podem ignorar esse fato), ela conclui que os consumidores com poder de compra alto (sobretudo nos Estados Unidos e na Europa) estão cada vez mais preocupados com a protecção ambiental e estão gradualmente adotando um estilo de vida green living.

A investigação indica que, por agora, as mulheres estão na frente dos homens nessa nova forma de estar e de consumir, e defende que mesmo depois da recessão, o mercado não voltará a ser como antes.

Por isso mesmo, as marcas de luxo que queiram reconquistar e fidelizar os seus clientes, mais do que adotar medidas avulsas de proteção ambiental, deverão desenhar um plano de marketing verde, como parte integrante da suas estratégias.
     
A loja de luxo Saks Fifth Avenue, nos Estados Unidos, lançou no seu site a página Green House, onde vende vestuário, artigos para casa e joalharia totalmente eco-friendly, fabricados com materiais recicláveis, mas o mais interessante nesta página é a série de sugestões de pequenos hábitos ecológicos, retirados do livro It’s Easy Being Green (É fácil ser verde), que o site oferece aos clientes e visitantes para que passem a ter comportamentos diários, ambientalmente mais responsáveis.

O grupo Accor, que possui mais de 4000 hotéis em 90 países e é dono de várias marcas, algumas de luxo, como a Sofitel, redefiniu a sua Carta Ambiental, acrescentando 65 novas ações sustentáveis, que cada hotel pode adoptar e sugerir aos seus clientes, para que as pratiquem e sintam ser possível consumir serviços de alta qualidade combinando exigências de proteção ambiental.

Refiro apenas estes 2 exemplos porque revelam uma tendência interessante que importa realçar e que pode ser mais eficaz na sedução de clientes: além de uma política ambiental, as marcas deverão sobretudo desenvolver e lançar ações que envolvam ativamente os clientes na adoção de “práticas verdes”, na sua vida privada e profissional.

Existem muitos exemplos de responsabilidade ambiental em quase todas as marcas, mas nem todas são bem sucedidas na comunicação com o mercado e são ainda menos as que decidem envolver ativamente os seus clientes, incentivando-os na adoção dessas práticas, nos seus comportamentos diários. Essa postura é socialmente meritória, mas sobretudo muito sedutora para os consumidores que sentem preocupação crescente com as questões ambientais, mas nem sempre sabem que contributos podem dar no seu cotidiano.
(Final da parte 1 > Parte 2 em breve)

António Paraíso
Consultor e Palestrante
www.antonioparaiso.com

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